CONHEÇA ESTA HISTÓRIA
Conheça essa história contada por um ACS - CF Anna Nery
A agente comunitária de saúde Fabiane Paula dos Santos e o enfermeiro Fernando Rodrigues contam a história da Jacira e sua filha Natércia.
Essa
é uma história vivida pela equipe Magalhães Castro onde mostra como a criação
de vínculo familiar pode modificar a dinâmica de toda família.
A família é composta por G 86 anos
de idade casado com sua mulher J de 50 anos são pais de 3 filhas. Uma das
filhas (a mais velha) é casada e mora em outro município, as outras duas T e N
são gêmeas e hoje estão com 32 anos e moram com seus pais.
Há
cerca de três anos o senhor G sofreu uma grande decepção. O que se tornou uma grande
tristeza na vida, fazendo com que ele tivesse a cada dia menos vontade de se
levantar da cama. Como tempo ele já não mais saia da cama tornando seus membros
inferiores atrofiados.
Senhor
G se isolou dos amigos e passou a viver apenas no convívio de seus familiares e
a única pessoa que o ajudava positivamente era sua esposa, as filhas gêmeas não
ajudavam ativamente a mãe nos cuidados com o pai.
As
jovens T e N também passavam por isolamento social. Ambas se mantinham
trancadas em seu quarto logo que chegava algum desconhecido em sua residência
incluindo familiares. Saiam do quarto apenas para realizar a higiene corporal e
alimentação, hábitos que são esperados para os jovens como ir ao cinema, parque
ou shopping por exemplo eram ações não existentes na vida dessas mulheres.
Importante salientar que uma das gêmeas tem um namorado há um tempo.
A
comunicação intra familiar era deficiente, onde a mãe não conversava com as
filhas e as filhas não mantinha contato com seu pai.
Essa
situação familiar foi percebida aos poucos pela equipe Saúde da Família. Quando
essa família foi cadastrada a mãe informou que somente ela e o marido moravam
na casa, sendo a princípio realizado somente o cadastramento deles. Como havia
a condição de um acamado na residência o enfermeiro da equipe foi sinalizado
pela acs sobre a importância de realizar uma visita domiciliar.
Ao
iniciar a visita domiciliar no domicílio a mãe informa que moram as duas filhas
com ela, e que elas se encontravam trancadas no quarto, o que foi uma grande
surpresa, pois ninguém nunca havia percebido que elas estavam em casa no
momento das visitas.
A
princípio a acs e o enfermeiro tentava algum tipo de comunicação falando pela
porta, porém sem sucesso. Por vezes a equipe até questionava sobre a real
existência das gêmeas. Todavia em mais uma visita domiciliar a equipe se
surpreende com uma resposta. Inicia-se então a construção de vínculo entre as
gêmeas.
Como
havia uma acs que as conhecia desde criança, foi acordado que uma outra acs
iria acompanhar o enfermeiro nas visitas
nesse residência. A comunicação por trás da porta era difícil, a conversa era
pautada apenas em respostas rápidas sem um discurso mais aprofundado.
Um
certo dia a acs e o enfermeiro se auto desenharam e disseram que estavam
felizes. Passaram então o desenho por baixo da porta. Sem muita expectativa de
retorno as gêmeas responderam com um auto desenho.
Depois
do desenho elas em uma outra visita passou a identidade por baixo da porta para
realizarem o cadastramento na clínica, nessa fase a conversa era melhor com
mais conteúdo.
A
equipe sempre orientava para que elas se retirassem do quarto no momento que
elas quisessem. Certo dia uma das gêmeas tem uma crise convulsiva e a mãe a
leva a emergência e descobre que ela estava com meningite de origem a partir de
uma infecção urinária onde a usuária fica internada. Com isso, a mãe sinaliza a
equipe saúde da família onde foi realizado uma visita domiciliar com intuito de
estreitar o relacionamento com a outra irmã que se encontrava em casa. Ao
chegar fomos recebidos com a porta do quarto aberta e a irmã nos recebeu.
A
usuária estava assustada com a situação da irmã. Foi solicitado exames
laboratoriais e a acs em conjunto com o enfermeiro a levou para realizar
tratamento de beleza em uma instituição próxima a clínica.
Quando
a usuária que estava internada retornou a sua residência recebeu a equipe de
forma muito harmoniosa.
Hoje
a mãe está com a pressão arterial controlada, retirou os objetos antigos da
sala, o pai está recebendo a equipe melhor, uma gêmea que ficou internada tem
planos para casamento, vai a igreja e em outros lugares, a outra ainda tem
receio em sair de casa, porém recebe as pessoas que vão em sua casa e a porta
de seu quarto não fica mais trancada.
Essa
história está longe do fim. Muitos questionamentos ainda deverão ser
esclarecidos, porém com o tempo a equipe pode perceber como o vínculo pode ser
difícil de ser montado, entretanto com muita dedicação e empenho a saúde da
família pode mudar a vida das pessoas.
Anna Nery
A homenageada, a enfermeira baiana Anna Justina Ferreira Nery foi pioneira na área de enfermagem no Brasil. Anna Nery nasceu em Cachoeira, Bahia, em 13 de dezembro de 1814. Viúva, viu seus três filhos e dois irmãos serem convocados para a guerra do Paraguai em 1864. Escreveu então ao presidente da província da Bahia uma carta em que oferecia seus serviços como enfermeira enquanto durasse o conflito.
Prestou serviços ininterruptos durante toda a campanha, nos hospitais militares de Corrientes, Salto, Humaitá e Assunção e em outros hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta seu filho Justiniano e, terminada a guerra, regressou à sua cidade natal, onde recebeu grandes homenagens. O governo imperial conferiu-lhe a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe. Recebeu do Imperador uma pensão vitalícia, com a qual educou quatro órfãos que acolheu no Paraguai. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de Maio de 1880.
Em 1923, foi denominada Anna Nery a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão. Em 1938, Getúlio Vargas assinou o Decreto n.º 2.956, que instituía o "Dia do Enfermeiro", a ser celebrado a 12 de maio, devendo nesta data ser prestadas homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas de enfermagem do País. Em 2009, Anna Nery entra para o livro dos Heróis da Pátria.
Prestou serviços ininterruptos durante toda a campanha, nos hospitais militares de Corrientes, Salto, Humaitá e Assunção e em outros hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta seu filho Justiniano e, terminada a guerra, regressou à sua cidade natal, onde recebeu grandes homenagens. O governo imperial conferiu-lhe a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe. Recebeu do Imperador uma pensão vitalícia, com a qual educou quatro órfãos que acolheu no Paraguai. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de Maio de 1880.
Em 1923, foi denominada Anna Nery a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão. Em 1938, Getúlio Vargas assinou o Decreto n.º 2.956, que instituía o "Dia do Enfermeiro", a ser celebrado a 12 de maio, devendo nesta data ser prestadas homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas de enfermagem do País. Em 2009, Anna Nery entra para o livro dos Heróis da Pátria.
Neste vídeo a nossa usuária Luciana conta um pouco da sua história, através dela podemos saber um pouco de como era a vida dos moradores antes da clínica e o que mudou depois!